As marchas surgiram para facilitar e não para complicar! Aprenda como funciona e pratique. Você só tem a ganhar!
funciona e pratique. Você só tem a ganhar!
Foto: Pedro Salaverría
possibilidade
de mudar as marchas da bicicleta trouxe uma revolução, uma vez que
permitiu que um maior número de pessoas conseguisse subir montanhas,
andar mais rápido e cobrir uma maior distância sem se cansar tanto -
benefícios antes restritos apenas para atletas preparados.
Cadência = Velocidade em que Gira o Pedivela
Para conseguir ter várias marchas, foi criado o sistema de
transmissão. Então, o cassete nada mais é que várias engrenagens de
diferentes tamanhos, colocados na roda traseira. Através do câmbio
traseiro se pode alterar em qual catraca a corrente estará girando. Já
no pedivela, são usadas diferentes coroas, com exatamente a mesma função
e acionadas pelo câmbio dianteiro. Pronto! Através do sistema é
possível ter diferentes marchas sem a necessidade de trocar a roda
inteira da bicicleta. Uma revolução!
Conhecendo Seu Sistema
Para trocar as marchas é preciso acionar o passador (ou trocador),
que está no seu guidão, ao lado do freio. Dependendo do seu sistema, as
mudanças de marcha são feitas através de uma alavanca, duas ou girando
(veja o artigo Entenda Melhor Passadores na pág. 58). Descubra em sua
bike como fazer para diminuir e aumentar a marcha com o seu passador.
Uma coisa que é comum em todos os sistemas é que o lado direito controla
a mudança de marcha no cassete (roda de trás) e o lado esquerdo
controla a mudança de marchas no pedivela. Descubra como seu sistema
funciona e se habitue a ele. O processo deve ser automático na sua
cabeça.
A Marcha Certa
Um dos principais erros de quem começa a andar em bicicleta com
marcha é querer saber qual a marcha correta para uma determinada
situação. A pergunta mais comum é: “Qual marcha eu tenho que colocar
para subir ladeiras ?” Isso não existe! Uma analogia que é feita é que
as marchas da bike são como as marchas do carro. Como você sabe quando
trocar a marcha do carro ? Você percebe que o carro está tendo
dificuldade ou facilidade! A diferença é que o motor da bike é o próprio
ciclista e cada um é mais ou menos forte do que outro. Vai ter ciclista
que se sentirá confortável subindo com uma marcha mais pesada ou mais
leve que outro, em uma mesma ladeira. Também como no carro, não é
preciso esperar uma ladeira para trocar de marcha - elas foram feitas
para serem trocadas com frequência, dependendo da sua velocidade,
cadência, o quanto você está cansado e da inclinação do terreno. Troque
de marcha sempre que achar adequado. Na pior das hipóteses, você apenas
voltará para a marcha que estava anteriormente.
Passando Suavemente
O sistema de transmissão é o que mais sofre desgaste na bicicleta.
Além de mantê-lo limpo e lubrificado para diminuir o desgaste, é preciso
estar atento para a mudança de marchas. Para trocar de marcha,
independente de qual, é preciso estar pedalando. Apenas acionar a
alavanca não faz com que a marcha seja alterada nos sistemas atuais.
Você pode acionar a marcha sem estar pedalando, mas pedale o quanto
antes para que a mudança seja efetivada.
Não mude de marcha se você estiver fazendo muita força no pedivela. O
exemplo mais clássico é quando o ciclista entra em uma subida inclinada
e não se antecipa para diminuir corretamente as marchas. Nesses casos, o
pedivela acaba ficando pesado e a tendência é que ele pedale em pé,
fazendo muita força e tente diminuir as marchas. Quando isso acontece, é
comum ouvir um estalo alto e isso é muito prejudicial, podendo até
estourar a corrente. A dica é que quando faça mudança nesta situações,
tente aliviar por um momento a força feita nos pedais até que a mudança
seja efetivada. Outra alternativa é, quando possível, mudar a direção da
bike para a diagonal ou mesmo perpendicular à subida, para que seja
possível pedalar de forma mais leve apenas para a mudança da marcha. O
ideal mesmo é antecipar as mudanças de marchas para evitar essa
situação, o que pode ser aprendido com experiência.
Não “Cruze” A Corrente
Esse é outro erro comum e pouco compreendido. Quando a corrente está
na maior coroa e maior catraca do cassete e vice-versa, ela não está
mais trabalhando em linha reta e essa situação é indesejável, pois
quanto mais fora de linha reta, maior desgaste na transmissão. Neste
momento surge outra pergunta: “Então eu não posso usar todas as marchas
da bicicleta?” Não deve! Porém, isso não é um problema, uma vez que
existem combinações de marchas que geram o mesmo torque ou bem próximos,
isto é, uma bicicleta de muitas marchas vai ter algumas equivalentes.
Para não “cruzar” a corrente, é preciso se habituar com a regra geral
que diz que ao usar a coroa pequena, você não deve usar nenhuma catraca
abaixo da 4ª maior. No caso da coroa do meio, é aceitável usar todas as
marchas do cassete, exceto as duas últimas de cada lado, e no caso da
coroa grande, o ideal é que não se passe da 4ª menor. Veja o diagrama
para entender melhor.
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